CRIMES DO "ESTADO ISLÂMICO" - QUE FAZER?
Palmira e a Civilização
Publicado n’O Templário, 27-8-2015
E pronto! Palmira, a “Pérola do
Deserto”, a cidade-mártir da selvajaria do auto-denominado Estado Islâmico,
aquela que, em 21 de Maio era ocupada pelos seus sinistros sequazes, foi agora
duplamente amputada, selvaticamente amputada depois das vãs promessas dos perpetradores
de lhe pouparem ao menos os edifícios históricos, considerados Património da
Humanidade:
Amputada na pessoa do seu histórico
guardião, o octogenário Khaled al-Assad, assassinado e decapitado após um mês de
interrogatórios por se ter recusado a revelar o esconderijo de estátuas da
cidade, consideradas pelas seus carrascos como “ídolos heréticos”. Por ter
resistido à tortura a que sem dúvida o submeteram, o seu corpo amputado foi
pendurado num poste.
Amputada
também pela destruição à bomba dum dos mais emblemáticos edifícios do seu
passado clássico, o templo de Baal-Shamin, construído no ano 17 da era cristã com o
derrube das suas colunas e a destruição da sua parte central, a “cella”.
Retomando
o meu artigo de 4 de Junho, recordo as múltiplas destruições e pilhagens antes perpetradas
ao longo dos quatro anos de pesadelo que têm enlutado a Síria e todos os outros
países invadidos pelos selvagens jihadistas, e lançaram na rota da Europa centenas
de milhar de refugiados, fugindo à guerra e à miséria e dando origem ao maior
desastre humanitário deste século.
A ONU
já classificou os últimos eventos de Palmira como crime contra a humanidade. Na
verdade, todo o decorrer desta guerra dementada não revela nada mais do que a
permanente prática de crimes contra a humanidade, que transbordam do Médio
Oriente para todo o mundo, através de uma guerra sem quartel e de atentados
terroristas de todo o tipo.
Portugal,
parte do antigo Califado de Córdova, foi já mencionado por responsáveis
jihadistas, como um dos alvos de conquista futura.
Toda a
Europa, todo o mundo está na mira desse bando de assassinos que fogem à própria
classificação de seres humanos, enquanto a nossa alegre União Europeia se
entretém martirizando os seus membros mais fracos e limitando-se a emitir uma
tímida condenação contra as ameaças que se avolumam contra a nossa Civilização.
Não se
trata de pregar a cruzada com que o inacreditável George W. Bush abriu a
autêntica caixa de Pandora que deu o desejado pretexto a todos os fanáticos de
um Médio Oriente explorado à vez pelos Ocidentais e pelos seus particulares
ditadores.
Trata-se
do direito que todos os povos do mundo têm à legítima defesa perante uma
premeditada agressão que só terminará com a sua subjugação total e a destruição
de um modo de vida que, por muitos defeitos que tenha, não tem comparação com a
submissão à sharia, o retrocesso à pré-história.
Não
tenho a menor dúvida de que só a destruição desse pretenso Estado Islâmico
poderá salvar o mundo de um retrocesso sem retorno. A sua destruição pelas
armas. E isso só será possível através da unidade de todos os países
civilizados, pondo de lado os egoísmos nacionais e a ganância pura simples que tem sido a marca dos últimos
anos.
Carlos Rodarte Veloso