domingo, 20 de dezembro de 2015


Um mundo para salvar
Publicado n’O Templário de 17 de Dezembro de 2015


As actuais perspectivas mundiais são as mais sombrias deste precocemente envelhecido século XXI. Tanto no que toca ao panorama europeu, quanto ao mundial.
Aquilo que poderíamos chamar, anedoticamente, o “lado negro da força”, está tão bem representado como nunca esteve: Donald Trump, Marine Le Pen, Vladimir Putin, para não mencionar os também fanáticos dirigentes do Daesh e uma série de ditadores mais ou menos assumidos que se movem em zonas pouco claras, são a prova de que nunca como agora os aparentes inimigos se aproximam, se não nos programas de acção, mas claramente nos resultados das suas particulares políticas.
Tudo isto no meio de ameaças ambientais tão drásticas, que poderão pôr em perigo iminente países e povos inteiros, enquanto as multinacionais assobiam para o lado e os “mercados” se agitam histericamente.
As contradições acumulam-se enquanto se esboça improváveis alianças, mais fundadas no ódio do que na simpatia, em que se incuba a Guerra há muito temida e periodicamente anunciada, a Terceira na ordem mundial.
No entanto, nunca como hoje assistimos a tanta vontade colectiva para quebrar esse fadário que empurra o nosso planeta para o abismo da destruição. A Cimeira do Clima em Paris, mesmo não tendo atingido todos os objectivos propostos, pode ser a nossa última oportunidade de sobreviver a uma parte importante das ameaças globais que enfrentamos. Mas não a todas.
Também a guerra destrói o ambiente, muito especialmente quando os meios em presença representam o poder de destruição a que temos assistido, para mais tendo como alvo preferencial instalações petrolíferas cuja combustão, por si só, representa um perigo vassalador para regiões inteiras. Isto para não falar em equipamentos nucleares, químicos e tantos outros, que proliferam por esse mundo fora.
Se a tudo isto juntarmos o Medo, o capital tão eficazmente explorado pelos candidatos a ditadores que, um a um, vão surgindo no horizonte próximo, será difícil que os Cidadãos livres deste Ocidente que se reclama da Liberdade consigam evitar uma torrente avassaladora de regimes pró-fascistas.
Marine Le Pen foi detida, pelo menos de momento. A unidade democrática e republicana prevaleceu, contra todas as expectativas. É de bom augúrio, mas não cantemos vitória.
O ovo da serpente prolifera, e de que maneira|


Carlos Rodarte Veloso