Um mundo para salvar
Publicado n’O Templário de 17 de Dezembro
de 2015
As actuais perspectivas mundiais são as mais sombrias deste precocemente envelhecido século XXI. Tanto no que toca ao panorama europeu, quanto ao mundial.
Aquilo
que poderíamos chamar, anedoticamente, o “lado negro da força”, está tão bem
representado como nunca esteve: Donald Trump, Marine Le Pen, Vladimir Putin,
para não mencionar os também fanáticos dirigentes do Daesh e uma série de
ditadores mais ou menos assumidos que se movem em zonas pouco claras, são a
prova de que nunca como agora os aparentes inimigos se aproximam, se não nos
programas de acção, mas claramente nos resultados das suas particulares
políticas.
Tudo
isto no meio de ameaças ambientais tão drásticas, que poderão pôr em perigo
iminente países e povos inteiros, enquanto as multinacionais assobiam para o
lado e os “mercados” se agitam histericamente.
As
contradições acumulam-se enquanto se esboça improváveis alianças, mais fundadas
no ódio do que na simpatia, em que se incuba a Guerra há muito temida e periodicamente
anunciada, a Terceira na ordem mundial.
No
entanto, nunca como hoje assistimos a tanta vontade colectiva para quebrar esse
fadário que empurra o nosso planeta para o abismo da destruição. A Cimeira do Clima
em Paris, mesmo não tendo atingido todos os objectivos propostos, pode ser a
nossa última oportunidade de sobreviver a uma parte importante das ameaças
globais que enfrentamos. Mas não a todas.
Também
a guerra destrói o ambiente, muito especialmente quando os meios em presença
representam o poder de destruição a que temos assistido, para mais tendo como alvo
preferencial instalações petrolíferas cuja combustão, por si só, representa um
perigo vassalador para regiões inteiras. Isto para não falar em equipamentos
nucleares, químicos e tantos outros, que proliferam por esse mundo fora.
Se
a tudo isto juntarmos o Medo, o capital tão eficazmente explorado pelos
candidatos a ditadores que, um a um, vão surgindo no horizonte próximo, será
difícil que os Cidadãos livres deste Ocidente que se reclama da Liberdade
consigam evitar uma torrente avassaladora de regimes pró-fascistas.
Marine
Le Pen foi detida, pelo menos de momento. A unidade democrática e republicana
prevaleceu, contra todas as expectativas. É de bom augúrio, mas não cantemos
vitória.
O
ovo da serpente prolifera, e de que maneira|
Carlos Rodarte Veloso