sábado, 28 de dezembro de 2019



DOIS RETRATOS DE ABEL MANTA

Carlos Rodarte Veloso

Publicado em Artison, Nº 9, 2019, Revista online do 
Instituto de História da Arte da Universidade de Lisboa



Abel Manta, pintor modernista, aproximou-se do cézannismo, tendo sido “um dos melhores retratistas da sua geração, género em que conseguiu aliar a interpretação psicológica com o registo do visível”.[1]
Apresenta-se aqui dois retratos de sua autoria, até agora ausentes de referência em qualquer texto de História da Arte, um de 1931, representando a jovem “Mizette” (Maria Julieta de Freitas Gomes Rodarte de Almeida Veloso), minha Mãe, outro de 1936, o seu Pai e meu Avô, o Engenheiro Celestino Germano Rodarte de Almeida (este, no entanto, tendo figurado em catálogo de Cabral Moncada Leilões).
O Engº. Celestino Rodarte de Almeida (Ferreira do Zêzere,1890- Sesimbra,1964) foi director da Escola Industrial Machado de Castro entre 1930 e 1957 e ganhou notoriedade devido à sua colaboração na reforma do ensino técnico em 1948.
Amigo pessoal de Abel Manta e de Fernando Pessoa, frequentou o meio intelectual e artístico de Lisboa e exerceu funções na comissão administrativa do plano de obras da Praça do Império e da zona marginal de Belém, sendo-lhe apontada, na tradição familiar, a autoria (ou co-autoria?) nos projectos de engenharia de vários edifícios conhecidos nomeadamente da torre-mirante de Santa Cruz no concelho de Torres Vedras, a estação de caminho-de-ferro de Tomar, o Liceu D. Filipa de Lencastre e o Instituto do Cancro. Infelizmente não obtive comprovativo documental destas autorias.

       
Fotografias de Carlos Rodarte Veloso e de Jaime Martins Veloso

BIBLIOGRAFIA

FRANÇA, José-Augusto – 100 Quadros Portugueses do século XX. Lisboa: Quetzal Editores, 2000, pp. 58-59, 70-71.
GONÇALVES, Rui Mário – Pioneiros da Modernidade. Lisboa: Publicações Alfa, 1986.
MENDES, Manuel – Abel Manta. Lisboa: Artis, 1958.


[1] GONÇALVES, 1986: pp. 120.

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