DOIS
RETRATOS DE ABEL MANTA
Carlos
Rodarte Veloso
Publicado em Artison, Nº 9, 2019, Revista online do
Instituto de História da Arte da Universidade de Lisboa
Abel Manta, pintor modernista, aproximou-se
do cézannismo, tendo sido “um dos melhores retratistas da sua geração, género
em que conseguiu aliar a interpretação psicológica com o registo do visível”.[1]
Apresenta-se aqui dois retratos de sua
autoria, até agora ausentes de referência em qualquer texto de História da
Arte, um de 1931, representando a jovem “Mizette” (Maria Julieta de Freitas
Gomes Rodarte de Almeida Veloso), minha Mãe, outro de 1936, o seu Pai e meu Avô,
o Engenheiro Celestino Germano Rodarte de Almeida (este, no entanto, tendo
figurado em catálogo de Cabral Moncada Leilões).
O Engº. Celestino Rodarte de Almeida (Ferreira
do Zêzere,1890- Sesimbra,1964) foi director da Escola Industrial Machado de
Castro entre 1930 e 1957 e ganhou notoriedade devido à sua colaboração na
reforma do ensino técnico em 1948.
Amigo pessoal de Abel Manta e de
Fernando Pessoa, frequentou o meio intelectual e artístico de Lisboa e exerceu
funções na comissão administrativa do plano de obras da Praça do Império e da
zona marginal de Belém, sendo-lhe apontada, na tradição familiar, a autoria (ou
co-autoria?) nos projectos de engenharia de vários edifícios conhecidos
nomeadamente da torre-mirante de Santa Cruz no concelho de Torres Vedras, a
estação de caminho-de-ferro de Tomar, o Liceu D. Filipa de Lencastre e o
Instituto do Cancro. Infelizmente não obtive comprovativo documental destas
autorias.
Fotografias de Carlos Rodarte
Veloso e de Jaime Martins Veloso
BIBLIOGRAFIA
FRANÇA,
José-Augusto – 100 Quadros Portugueses do
século XX. Lisboa: Quetzal Editores, 2000, pp. 58-59, 70-71.
GONÇALVES,
Rui Mário – Pioneiros da Modernidade.
Lisboa: Publicações Alfa, 1986.
MENDES,
Manuel – Abel Manta. Lisboa: Artis,
1958.
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