AMAZÓNIA, ÚLTIMA BARRICADA
DO PLANETA TERRA
Carlos Rodarte Veloso
“O Templário”, 15 de Agosto de 2019
Pode
parecer dramático, com o seu quê de teatral, mas a verdade é que esse magnífico
pulmão da Terra que é a Amazónia, ferida mortalmente pelo desmatamento selvagem
promovido por madeireiros e outros selvagens a soldo do capitalismo – mais uma
vez, SELVAGEM – perde de dia para dia a sua capacidade de regeneração do clima,
enquanto os povos nativos, esses classificados de “selvagens” (!), limitados às
suas reservas, estão agora ameaçados de as perderem devido ao “bom coração” de
Bolsonaro que os pretende “defender” de serem considerados espécimes de jardim
zoológico! E, entretanto, hipocritamente, vai facilitando a sua expulsão para
espaços cada vez mais ínfimos e degradados, e o seu morticínio pelos colonos e
madeireiros que se julgam num novo Far West em que vigora a “Lei de Lynch”.
A
esperteza saloia deste – mais um – retardado dos que dominam o mundo, consegue assim
arranjar um “argumento” para abrir caminho à confiscação da imensa riqueza da
maior reserva de biodiversidade do nosso planeta e ao enriquecimento da imensa
multidão de oportunistas e ladrões que o seguem e suportam!
Já
Trump, ao recusar o Acordo de Paris, bem como as conclusões da esmagadora
maioria dos cientistas que estudam o ambiente, sobre as gravíssimas e
irreversíveis alterações climáticas suspensas sobre as nossas cabeças, assume igualmente
a responsabilidade de ir cada vez mais além nesta caminhada suicida, mantendo e
ampliando a exploração dos hidrocarbonetos noutra região que deveria ser
religiosamente preservada, o Alasca.
Entretanto,
as águas vão subindo nos oceanos, a temperatura da Terra aumentando para
valores humanamente insuportáveis, as povoações e cidades litorais inundadas, as
áreas florestais destruídas por incêndios cada vez mais incontroláveis, as
espécies animais ameaçadas, muitas delas em risco de extinção, as próprias
reservas alimentares da humanidade esgotadas em cada vez menos tempo, a miséria
alimentada pelas guerras difundida em movimentos migratórios de massas que se
tornam autênticas armadilhas mortíferas, alimentando, por sua vez, novas
guerras e novas migrações…
As
últimas reservas ambientais do mundo, desde a Amazónia às florestas tropicais
da Ásia, constituem a derradeira fronteira face às ameaças à nossa
sobrevivência, são uma barricada final entre a humanidade civilizada e os
milhões de bárbaros que assaltam as últimas riquezas da Terra.
Outros
predadores se juntam a Trump e a Bolsonaro. É fartar, vilanagem!