A OBSESSÃO DE PASSOS COELHO
Obsessão
Publicado n’O Templário, 17-9-2015
A actual campanha eleitoral tem-se
caracterizado por comportamentos cuja correcção, quer do ponto de vista
político, quer moral, deixam muito a desejar.
Não é invulgar,
muito pelo contrário, a utilização da demagogia e das meias-verdades para
induzir o voto, prática generalizada nos actos eleitorais em todas as
latitudes, mas é visível que essa prática já atingiu níveis estratosféricos entre
nós, nestas Legislativas.
O caso
mais paradigmático é o de Passos Coelho, cuja capacidade de comunicação dos
grandes dossiers da nossa vida política se resume à repetição “ad nauseam” de uma
mantra que, como todas as mantras, decerto se destina a obter a sua paz
interior num mundo que parece confundi-lo cada vez mais.
De
facto, a oposição insiste teimosamente em alguns itens cujo esclarecimento é
fundamental para um voto esclarecido por parte dos eleitores: as questões da
segurança, social, das pensões, do Serviço Nacional de Saúde, dos impostos, da
dívida pública, do ensino público, das privatizações, da promiscuidade
Estado-Banca, da renegociação da dívida...
Pois
em resposta a todas estas questões vitais para a nossa sociedade e para o que resta da nossa
soberania, Passos Coelho invoca, sistematicamente, os malefícios do governo de
Sócrates e do Siriza, como argumentos decisivos e explicativos de todo um
programa de governo que se limita e esboçar na generalidade.
Para
ele toda a oposição vive nas nuvens e mais não pretende do que minar a
“estabilidade” que o País teria atingido por obra e graça da sua política e, do
alto da sua torre de marfim, repete obsessivamente a ladaínha que a falta de
argumentos lhe sugere. Como para Goebbels, "uma mentira repetida milhares
de vezes torna-se verdade”.
Carlos Rodarte Veloso
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