sábado, 19 de setembro de 2015


A OBSESSÃO DE PASSOS COELHO

Obsessão
Publicado n’O Templário, 17-9-2015

A actual campanha eleitoral tem-se caracterizado por comportamentos cuja correcção, quer do ponto de vista político, quer moral, deixam muito a desejar.
Não é invulgar, muito pelo contrário, a utilização da demagogia e das meias-verdades para induzir o voto, prática generalizada nos actos eleitorais em todas as latitudes, mas é visível que essa prática já atingiu níveis estratosféricos entre nós, nestas Legislativas.
O caso mais paradigmático é o de Passos Coelho, cuja capacidade de comunicação dos grandes dossiers da nossa vida política se resume à repetição “ad nauseam” de uma mantra que, como todas as mantras, decerto se destina a obter a sua paz interior num mundo que parece confundi-lo cada vez mais.
De facto, a oposição insiste teimosamente em alguns itens cujo esclarecimento é fundamental para um voto esclarecido por parte dos eleitores: as questões da segurança, social, das pensões, do Serviço Nacional de Saúde, dos impostos, da dívida pública, do ensino público, das privatizações, da promiscuidade Estado-Banca, da renegociação da dívida...
Pois em resposta a todas estas questões vitais para a  nossa sociedade e para o que resta da nossa soberania, Passos Coelho invoca, sistematicamente, os malefícios do governo de Sócrates e do Siriza, como argumentos decisivos e explicativos de todo um programa de governo que se limita e esboçar na generalidade.
Para ele toda a oposição vive nas nuvens e mais não pretende do que minar a “estabilidade” que o País teria atingido por obra e graça da sua política e, do alto da sua torre de marfim, repete obsessivamente a ladaínha que a falta de argumentos lhe sugere. Como para Goebbels, "uma mentira repetida milhares de vezes torna-se verdade”.


Carlos Rodarte Veloso

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