domingo, 21 de julho de 2019


A PROPÓSITO DE UMA FOTOGRAFIA DO INÍCIO DE UMA ENGALANADA TOURADA
Carlos Rodarte Veloso
17 de Julho de 2019

A praça de touros cheira a sangue e a circo romano. O "traje de luces" é mais um elemento da vaidade dos toureiros e embasbaca os basbaques que gritam Olé cada vez que o animal é trespassado por aquelas enfeitadas farpas disfarçadas que são a hipócrita demonstração da má consciência dos seus praticantes. Persistam na vossa maléfica prática e enterrar-vos-eis ainda mais! Os vossos estúpidos "argumentos" a favor das touradas, hão de, num futuro próximo, ser incluídos no anedotário português.
Os touros e cavalos mortos nas lides é que não serão ressuscitados. Mal posso esperar...
A praça de touros cheira a sangue e a circo romano. O "traje de luces" é mais um elemento da vaidade dos toureiros e embasbaca os basbaques que gritam Olé cada vez que o animal é trespassado por aquelas enfeitadas farpas disfarçadas que são a hipócrita demonstração da má consciência dos seus praticantes. Persistam na vossa maléfica prática e enterrar-vos-eis ainda mais! Os vossos estúpidos "argumentos" a favor das touradas, hão de, num futuro próximo, ser incluídos no anedotário português.
Os touros e cavalos mortos nas lides é que não serão ressuscitados. Mal posso esperar...

sábado, 20 de julho de 2019



VOLTAMOS À BOMBA ATÓMICA?

Carlos Rodarte Veloso

"O Templário, 18 de Julho de 2019

A eleição de Donald Trump foi e é motivo de grande preocupação no mundo inteiro, dadas a sua instabilidade e agressividade, para não falar dos inúmeros defeitos que nele transparecem, mormente as suas mentiras obsessivas, o seu racismo, machismo, xenofobia, total ausência de escrúpulos e confrangedora ignorância em todos os capítulos, sendo a defesa do ambiente e as alterações climáticas o mais importante, visto delas depender na própria vida na Terra.
A sua eleição e o apoio de que ainda goza no seu país, reside numa população rural, do interior, tradicionalmente reacionária a todo o progresso e maioritariamente isolacionista. O seu retrato mais expressivo pode ser encontrado no famoso quadro de Grant Wood, “Gótico Americano”, cuja personagem principal, um “redneck”, armado com um agressivo tridente, não por acaso a arma do Demónio, estranha nas mãos de um alegado cristão fundamentalista, assim se equiparando aos fundamentalistas islâmicos…



Empresário alegadamente de sucesso, a sua reconhecida ganância transvasa do seu governo, e acaba por agredir qualquer país que ouse sair da mediania e não lhe renda vassalagem.
De facto, o actual presidente dos EUA, se não fosse o relativo travão exercido pelo Congresso e pela oposição Democrata, já teria provavelmente declarado guerra a um de vários países que ele considera inimigos preferenciais a quem atribui, sem quaisquer provas, a posse de armas de destruição maciça.
Não é o caso da Coreia do Norte, inicialmente considerada especialmente perigosa, dado possuir mísseis balísticos com crescente raio de acção e armados com ogivas nucleares, mas a estranha diplomacia de Washington acabou por “fazer as pazes” com o ditador do país, na mira de este se tornar, no futuro e com o desejado fim da sua ditadura – mas não da de Trump – uma enorme fonte de rendimento.
No entanto, a instabilidade de Trump revela altos e baixos na sua relação com outros países, esses verdadeiramente poderosos a todos os níveis e que agem como competidores dos Estados Unidos, caso, entre outros, da China e da Rússia.
Apesar das suas farroncas, o agressivo ocupante da Casa Branca não se mete com esses gigantes, em parte por cobardia, em parte decerto pelo conselho dos seus cada vez mais reduzidos apoiantes, que têm evitado uma escalada de agressões, por enquanto “apenas” económicas, mas com um horizonte incendiado pelo perigo de uma guerra global.
O seu ódio, hipocritamente disfarçado de boa vontade, faz uma “simpática” excepção em relação à União Europeia, que o seu porta-voz oficioso, caixeiro-viajante da intriga, Steve Bannon, tenta minar de todas as formas, incrementando a criação ou o reforço de partidos populistas de tendência fascista e a sua vitória eleitoral, enfraquecedora dos objectivos primordiais da mesma, ou seja, o incremento em todos os estados membros, da ideologia democrática. O Brexit, por exemplo, nitidamente incrementado pelo mesmo agente, afastou assim da unidade europeia, um dos seus mais poderosos membros. “Dividir para reinar” é mesmo o primeiro dos seus objectivos.
No entanto os seus alvos preferenciais são estados militarmente emergentes ou em crise interna, que, apesar da sua inferioridade relativa dispensam o comércio de armas com os EUA, uma das suas grandes fontes de rendimento, ou têm abundantes reservas do apetitoso petróleo...
É o caso daqueles que estão na mira dos serviços secretos estadunidenses, caso da Venezuela, país cuja situação de pobreza extrema e crise interna aguda, tem as maiores reservas petrolíferas do mundo, e do Irão, país igualmente petrolífero, cujo acordo assinado com os múltiplos aliados dos EUA para a paragem do seu programa nuclear, foi cancelado unilateralmente por Donald Trump e já levou à expectável resposta do estado visado, o retomar o referido programa agora com a construção da bomba atómica, quando não havia qualquer prova de deter “armas de destruição maciça como Trump afirma.
Repete assim Trump as falsas declarações que, antes dele, conduziram à guerra do Iraque, e cujas consequências mais gravosas levaram ao incremento do terrorismo global que hoje assola vastas regiões e países, eclodindo também na União Europeia que nitidamente odeia, devido a uma prosperidade, nalguns casos relativa, mas, mesmo assim, um competidor económico poderoso, cuja moeda faz frente ao dólar, e cuja indústria não faz má figura, antes pelo contrário, perante os States.
Também se retirou do acordo de Paris sobre as alterações climáticas, teimando estupidamente na sua não existência, apesar dum crescendo de catástrofes naturais que também atingiram gravemente o seu país.
Este autismo cego soma-se às suas características do empresário ganancioso que era antes da sua controversa eleição, que se mantiveram e exacerbaram ao tornar-se, teoricamente, o homem mais poderoso do mundo. Teoricamente, porque as actuais superpotências já referidas, lhe levam a melhor economicamente e estão bem armadas, fazendo frente às suas tentativas de controlo através das suas repetidas sanções, intercaladas por algum diálogo, imposto pelas circunstâncias.
O grande problema deste “original presidente”, reside em que tenta canalizar a sua agressividade contra os mais fracos da sociedade, os imigrantes da América Latina, os negros seus concidadãos, as mulheres e os seus direitos…
Por outro lado, a sua política externa contribui, de dia para dia, para a escalada nuclear e o retomar de uma Guerra Fria, “fria” por enquanto, mas que recorda a tristemente famosa crise nuclear de Cuba nos anos 60 de século XX.



Nessa altura, os dirigentes dos países em confronto, deram mostras de bom senso, detendo a ameaça atómica. Neste momento, há todas as condições para ser retomado o stress provocado pelo perigo de vida que essa ameaça constitui para uma série de populações, os estadunidenses incluídos, e todo o planeta, que pode conduzir à guerra global, dado que Trump não possui qualquer réstia de bom senso.
Penso que a única esperança do mundo para erradicar esses perigos, reside na destituição deste ditador de meia tijela, perfeitamente capaz de, numa crise de ansiedade ou numa simples birra, carregar no famoso botão vermelho.
E, depois dele, o Dilúvio!

quarta-feira, 10 de julho de 2019



Em resposta aos aficionados das touradas, que argumentam que o seu fim levaria à extinção dos touros
Carlos Rodarte Veloso

Isso é treta. Deixem-nos pastar em espaços abertos, tipo reservas que poderão ser visitadas, com as de África, dando rendimento através de safaris fotográficos ou outras formas comuns às grandes reservas selvagens. Os próprios proprietários dos touros poderão explorar essas reservas, sob condições que respeitem a ou as espécies animais aí existentes. Os elefantes, os búfalos, etc. só se extinguirão por acção do homem. Não é preciso porem-nos a lutar, para os conservar. É tudo uma questão de vontade política!

quinta-feira, 4 de julho de 2019


TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO
Carlos Rodarte Veloso
“O Templário”, 4 de Julho de 2019

Tenho a sensação de que, nos últimos tempos, vivemos numa espécie de círculo vicioso, esquecendo sistematicamente o que aprendemos ao longo dos séculos, através da principal arma de que dispomos, a inteligência. 
O conhecimento do mundo, adquirido através de uma longa prática de observação, experimentação e, tantas vezes, sofrimento inacreditável devido à dificuldade de ultrapassar preconceitos defendidos pela violência do poder instituído, avançou contra todas as possibilidades, dando origem ao pensamento organizado, à filosofia e, finalmente, à ciência, proporcionando uma explicação cada vez mais eficaz para tudo o que nos cerca. 
Os farrapos da realidade ainda por explicar, abrangidos pelo campo das crenças, da religião, sustentados apenas pelo irracional, cavalgam contra o racionalismo, servindo-se de velhíssimos e bolorentos argumentos e preconceitos para contrariar as conquistas humanas, chegando a pôr em causa as espantosas realizações da Ciência e da Tecnologia, enquanto se serve delas inconscientemente no dia-a-dia carregando em botões ou deslizando os dedos em dispositivos tácteis, impossíveis de conceber sem o contributo dessas mesmas Ciência e Tecnologia.
É o que acontece com a Astronomia, confundida por muitos com a astrologia, com direito de antena nos meios de comunicação, escritos ou teledifundidos, determinando o destino da humanidade pela posição dos astros na data do nascimento de cada mortal. 
“É uma simples brincadeira”, defendem os seus editores nos media “respeitáveis”, assim se protegendo da óbvia acusação de fomentarem a superstição.
“É um caso muito sério”, defende quem vive desta fraude e “explica” os efeitos das posições astronómicas a um público que continua a subsistir, mas, principalmente, a pagar, principalmente a pagar essas previsões dos horóscopos…
E isto não é nada. Quando se alimenta o retorno ao pensamento pré-científico, defendendo o mito da “terra plana” e outras aberrações similares, os mitos da criação das diversas religiões, a magia, o espiritismo, as pseudociências, da acupunctura ao reiki, a negação do valor da vacinação, os interditos contra toda a medicina científica, estamos a dar passos gigantescos para uma idade das trevas.
São essas tendências anacrónicas, que procuram justificação nas tradições medievais europeias, mas principalmente, nos “saberes” orientais que procuram a equiparação às Ciências e, pior, têm-no conseguido em estabelecimentos universitários portugueses, exactamente numa época em que a investigação nacional produz cientistas de projecção internacional e feitos notáveis especialmente no domínio da Medicina, da Biologia, da Astrofísica, da Genética, da Robótica, ombreando com o que de melhor existe em todo o mundo civilizado!
É essa massa de gente que, atrevidamente, apesar de profundamente ignorante sobre tudo o que a rodeia, analfabeta não apenas em termos semânticos, mas também quanto à ciência das coisas, que nega as realizações do último século, nomeadamente as viagens à Lua e a exploração espacial, tudo remetendo para sinistras teorias da conspiração, da autoria dessas estranhas criaturas que são chamadas “cientistas”.
Curiosamente, a verdadeira conspiração que concorre para as terríveis alterações verificadas no ambiente, as quais arriscam o próprio o futuro da espécie humana, de todos os seres vivos e do próprio planeta, essa é deixada de lado, por demasiado incómoda. 
E, no entanto, os conspiradores estão bem à vista, nas suas luxuosas vivendas ou condomínios de luxo, deslocando-se em automóveis topo de gama, iates ou aviões, retratados diariamente nos mesmos media em que os comuns mortais apreciam invejosamente o seu estilo de vida. Trata-se do capitalismo sem freio, o desenvolvimento levado à execração do modo de produção nascido das viagens de descobrimento do mundo, da produção em massa, da globalização…
Enquanto os progressos científicos e tecnológicos permitirem um estilo de vida tão comodista quanto possível – mas apenas para as camadas da população relativamente privilegiadas em relação à esmagadora massa populacional do terceiro mundo – enquanto comandos electrónicos permitirem manter os traseiros enterrados em cómodos sofás e rápidas viaturas – de gama mais baixa – nos levarem onde desejamos, enquanto os telemóveis de última geração – última mesmo! – nos permitirem publicitar as nossas pobres vidas e devassar as alheias, mesmo à custa de um aumento desenfreado da poluição e do consumo de energias não renováveis… poderemos continuar a enterrar as cabeças na areia do tempo e ignorar aquilo que se aproxima a passos largos e já com data marcada, se a comunidade internacional não tomar as medidas há muito preconizadas: o fim do regabofe, da água e da comida, mesmo pouca, além de, e por causa da extinção em cadeia das espécies vegetais e animais, da camada gasosa, do ar que respiramos! 
Portanto, é pueril negar as provas das alterações climáticas provocadas pela humanidade. Elas estão aí, cada vez mais visíveis e dramáticas, por muito que negadas até à exaustão por gente insana como o retardado presidente dos Estados Unidos. 
É possível que a vida continuasse a ser possível para a casta dos poderosos que poderiam sobreviver em bunkers climatizados ou, até noutros planetas, mas aos sobreviventes marginais restaria a simpática perspectiva de os servir como escravos!
E tudo voltaria ao princípio, mas sem Big Bang…