sábado, 18 de julho de 2020


A BOLSA OU A VIDA
Carlos Rodarte Veloso
“O Templário”, 16 de Julho de 2020
Os altos e baixos do corona vírus, no caso dos países europeus, já que os Estados Unidos e o Brasil, devido ao comportamento totalmente errático e irresponsável dos seus governantes – que, atenção, não são casos únicos no mundo, “apenas” os piores exemplos – tem dado origem ao encerramento de fronteiras, ou “apenas”, à imposição de quarentenas, por vezes contra toda a lógica, como é o caso das restrições ao livre-trânsito de turistas ingleses para Portugal, mormente quando o provavelmente pior exemplo dos resultados do combate à pandemia é precisamente o da Grã-Bretanha, que assim se impõe arrogantemente ao seu mais antigo aliado, Portugal, nem por isso tão flagelado…
É sabido que estas restrições deveriam ter uma dupla face, o encerramento recíproco das fronteiras, pelo menos em pé de igualdade com os ingleses, como sabemos os melhores “clientes” do nosso turismo.
Isto põe um grave problema, de essas represálias – pois de represálias se trata - que os nossos governantes não parecem dispostos a aceitar, com a ponderosa razão dos prejuízos, especialmente para o Algarve, mas também para a actividade turística em geral, geradora do equilíbrio económico do nosso país, lançarem a pesada sombra do desemprego sobre os milhares de profissionais da hotelaria e do turismo actualmente visados pela maior das crises.
No entanto e apesar de não ser apenas o Reino Unido a restringir as viagens dos seus nacionais para Portugal, não deveríamos ver nesta autêntica chantagem económica, algumas vantagens, como a facto de ficarmos protegidos da chegada de uma perigosa invasão de infectados com o corona vírus, como se tem visto totalmente indisciplinados quanto à aceitação das regras de confinamento e, até, à autêntica selvajaria com que lidam com quaisquer proibições?
Pois é… e a actividade económica que assim fica fatalmente ferida durante todo o Verão? Na verdade temos vislumbrado uma solução que é quase intuitiva. Os portugueses, impedidos também de se deslocar livremente no espaço europeu, elegem massivamente os destinos turísticos nacionais e vemos os espaços rurais e balneares do Norte e Centro “invadidos” pelos nossos compatriotas que assim começam a descobrir Portugal… Os lucros talvez não sejam tão consideráveis, mas parecem seguros.
Quanto à nossa “galinha dos ovos de ouro”, o Algarve, porque não promover esse destino turístico junto de outros países que não o Reino Unido? Ainda restam muitos para além dos que seguiram o exemplo do “mais velho aliado”…
Assim assegurar-se-iam orçamentos mais moderados, mas porventura mais seguros.
É tudo uma questão de tempo, não será?

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