segunda-feira, 31 de julho de 2017


UM CAMPO DE EXTERMÍNIO NAZI EM FRANÇA

Carlos Rodarte Veloso

("Correio Transmontano", 30-7-2017)

            O final da 2ª Guerra Mundial, há 72 anos, revelava, perante a incredulidade do mundo inteiro, a verdadeira dimensão do horror nazi quando, sucessivamente, foram sendo descobertos e libertados dos diversos campos de extermínio, os sobreviventes de mais de 6 milhões de seres humanos, na sua maioria Judeus, mas também opositores políticos, outras minorias étnicas e “diferentes”, que nesses anos sombrios foram fria e metodicamente assassinados e incinerados.


            Nunca visitei Auschwitz, o campo de concentração na Polónia que se tornou o símbolo acabado do Holocausto e da sinistra “solução final”, mas tive oportunidade de conhecer Struthof - Natzweiler, na Alsácia, o único campo construído em território francês. É uma experiência traumática, muito mais do que o poderá imaginar alguém que tenha tido já contacto com as imagens fotográficas ou com filmes reais desse pavoroso genocídio. Neste local somos cercados pela memória da morte, asfixiados pelo grito lancinante que se nos forma no fundo da garganta, e não sai… 


           Auschwitz matou muito maior número de pessoas, mas as diferenças são mínimas: esta foi também uma fábrica de morte e tudo nela contribui para o recordar. Nos campos de extermínio a morte era provocada segundo uma lógica tecnológica, científica, coisificando a pessoa ao nível de uma peça mais na grande máquina produtiva. Há aqui uma distorção maléfica dos valores e os carrascos não têm sequer o pejo de esconder os seus actos. A abundância de fotografias e filmes sobreviventes dos actos hediondos aqui praticados, dum quotidiano infernal, revela a total amoralidade instalada. Eram documentos burocráticos “para memória futura” ou puras e simples recordações…

            Em Struthof foram experimentadas todas as gradações do sadismo, desde o espancamento e a tortura às experiências “científicas” mais perversas e, inevitavelmente, o extermínio a tiro, por enforcamento, pelo gás. Judeus, ciganos, membros da Resistência, prisioneiros de delito comum, estão registados na documentação do campo como gaseados ou como cobaias humanas. Podemos apenas imaginar o que seria o “império de mil anos” nascido de uma vitória de Hitler sobre os Aliados!
            O campo, que assenta num ponto alto dos Vosgos, cadeia de montanhas junto à fronteira alemã, a uma altitude de 800 metros, desfruta duma vista grandiosa sobre cadeias sucessivas de montanhas. Essa é mais uma perversidade sem perdão: associar o máximo horror à maior beleza natural. A frescura da Primavera que então se fazia sentir, fez-me imaginar os frios glaciais que no Inverno enregelavam os prisioneiros, horas a fio formados nus na parada, observados atentamente pelos guardas, apenas aguardando a queda de alguns corpos e, assim, algum divertimento gratuito… Numa ravina próxima, para onde eram atirados os corpos, cresce ainda um vazio inexplicável, que faz secar as bocas e inundar os olhos.
            Pois até este monumento à ignomínia tentaram apagar: os neo-nazis, dignos sucessores dos carniceiros da suástica ao incendiar alguns barracões deste campo, assim procurando destruir algumas provas físicas do horror nazi. Restaurados os barracões, recorda-se assim todo o mal que aqui se viveu. Mas eu sei que, mesmo sem os barracões, sem a forca, os fornos crematórios, o potro onde eram torturados os prisioneiros, a câmara de gás pudicamente afastada das habitações e outros acessórios, este local ficou poluído para sempre, para memória da humanidade. Este e todos os locais congéneres.
            Por isso, espero que o “Povo Eleito”, que tanto sofreu, tire as necessárias conclusões do drama que então viveu e aprenda a partilhar com os seus irmãos Palestinianos o território que lhe coube nas inúmeras reviravoltas da História. Que o orgulho de ter sobrevivido não seja definitivamente substituído pela arrogância. Para que se não torne o herdeiro dos seus próprios carrascos.

(Fotografas do autor)



sábado, 29 de julho de 2017


TOMAR: O ESPAÇO E O TEMPO. DESTRUIÇÃO 
DO PATRIMÓNIO EDIFICADO
Carlos Rodarte Veloso

(“O Templário”, 27 de Julho de 2017) 

            Darei agora um salto de alguns séculos sobre esta cidade, cujo desenvolvimento harmónico, até meados de Oitocentos, não é grandemente perturbado. A sua época áurea corresponde aos períodos manuelino e renascentista, sendo o Convento de Cristo e os monumentos que lhe estão associados a súmula de todos os resultados artísticos desse período.



Se o Centro Histórico de Tomar se destaca ainda hoje entre os mais espectaculares do nosso País, a verdade é que o cerco do cimento armado se lhe vem apertando, enquanto franjas do urbanismo antigo foram já de todo tragadas por uma visão tecnocrática do Progresso visto apenas como inovação técnológica. Como se fosse pouco o cerco do cimento, ele infiltra-se em pleno Centro Histórico, substituindo as velhas cantarias e criando um urbanismo "de fachada", numa espécie de novo revivalismo, que ainda não é "pimba", mas para lá caminha…
            E quem quiser ver e tocar no produto de anos e anos de destruição e pilhagem, vá ao piso térreo do Claustro da Lavagem do Convento de Cristo (ver imagens) apreciar o verdadeiro amontoado de cantaria de dezenas de edifícios já desaparecidos e de outros hoje mutilados, desfigurados, geralmente irreconhecíveis: pilastras, arquitraves, colunas, balaustradas, mísulas, capitéis, esculturas, pedras de armas, tudo das mais diversas épocas… um nunca acabar de referências a apontar o dedo acusador a todos nós, herdeiros — e continuadores… — de tantos e tantos depredadores do nosso Património artístico…
            Este surto de demolições de que foi vítima a arquitectura antiga de Tomar, embora iniciado em meados do século XIX, teve o seu apogeu sob o chamado "Estado Novo", nos anos Vinte e Trinta do nosso século, e prolongou-se até 1968, data em que um notável edifício quinhentista foi totalmente desmontado e voltado a montar — com "melhoramentos"… — apenas para alargar a faixa de rodagem fronteira… em pleno Centro Histórico! Até há alguns anos Biblioteca Municipal, é hoje dedicada a Manuel Guimarães e, aparentemente, nem foi muito alterada, apesar da destruição da escadaria exterior e respectivo alpendre, típica da construção civil de Tomar… Apenas anos antes tinha sido arrasado o que restava do que fora o maior complexo arquitectónico civil da Cidade, os edifícios dos Cubos  da Ordem de Cristo, com origens medievais e remodelações dos séculos XVI ao XVIII! Motivo: a construção da Ponte Nova sobre o Nabão, planeada para passar, precisamente, pelo local daquelas construções!… Em 1955, uma casa quinhentista da Rua da Graça, com varanda alpendrada e boa colunata, a que dava acesso uma escadaria, fora demolida sem contemplações, para no seu lugar se construir um edifício de quatro andares, em flagrante contraste com a zona histórica em que se integrava.
            A política de obras públicas do “Estado Novo”, ao mesmo tempo que prosseguia, com redobrado vigor, a destruição do património civil tomarense, veio a aproveitar muitas dessas pedras trabalhadas em fachadas e interiores de pompa e circunstância, destinadas a prestigiar o regime ou, até, as casas particulares de apoiante seus. Assim fez, no primeiro caso, relativamente à Casa do Turismo, edifício aliás admirável, construída na década de Trinta, ao gosto revivalista, integrando belíssimas janelas e portais renascentistas, provenientes de edifícios entretanto demolidos na febre de "modernização na continuidade" que constituía a "imagem de marca"  do regime… Assim fez erguendo, em 1955, à entrada do Bairro Salazar – hoje 1º de Maio – a Capela de Santo António, cujas cantarias são, na sua totalidade, provenientes da capela renascentista de Santo António dos Brasões, demolida dez anos antes… Aqui vemos uma pouco discreta homenagem ao ditador, prática comum nesses "bons velhos tempos"… A recente recuperação dos Cubos e de outros edifícios quinhentistas vem atenuar um pouco as perdas dos séculos XIX e XX, e a Vida continua...
            Chegamos pois ao fim desta triste peregrinação entre ruínas, bem menos românticas que as que eram apreciadas pelos nossos avós… Na verdade não podemos continuar na expectativa do irremediável. O Centro Histórico de Tomar é ainda dos mais notáveis e — espantosamente! — dos mais bem conservados do País. O seu urbanismo, a beleza e harmonia das construções, o muito amor que lhe têm os seus habitantes ter-lhe-ia merecido plenamente, do mesmo modo que ao Convento de Cristo, a classificação como Património Mundial. Ainda estamos a tempo!

(Fotos de Carlos Rodarte Veloso)


sábado, 22 de julho de 2017


TOMAR: O ESPAÇO E O TEMPO
Da Romanização à Idade Média

Carlos Veloso

(“O Templário”, 20 de Julho de 2017)

            É um dado universalmente reconhecido a singularidade do traçado urbano de Tomar que, desde os tempos medievais, corresponde, muito ao contrário do que era uso nessa época, a uma regularidade e harmonia que apenas encontra paralelo na malha urbana das antigas cidades provinciais fundadas pelos Romanos, caso de Timgad — no Norte de África — cuja ocupação, relativamente curta, permitiu preservar-lhes o traçado antes que um desenvolvimento desordenado tudo adulterasse…
            Se é difícil encontrar  ainda plantas "em tabuleiro de xadrez", com as suas ruas principais — o cardo e decumano máximos — cruzando-se perpendicularmente no Forum, e todas as outras paralelas a estas, a verdade é que não precisamos de sair do território da antiga Lusitânia Romana para encontrarmos alguns vestígios dessa extraordinária regularidade e planeamento urbanos, tradicionalmente atribuídos a Hipódamo de Mileto, mas mais provavelmente inspirados na disciplina militar do acampamento romano. Bom exemplo é, Emerita Augusta actual cidade espanhola de Mérida, antiga capital da Lusitânia, fundada por Augusto em 25 a.C, cujo traçado viário revela a indesmentível influência de toda a teorização hipodâmica e, também, vitruviana.
            No nosso território nacional, a cidade romana mais famosa e também a mais escavada, é Conimbriga, vizinha de Condeixa-a-Velha. Nas traseiras do Forum de Augusto foram identificadas algumas casas modestas que os urbanistas romanos pouparam da demolição efectuada para a edificação do monumento. O que resta desse bairro pré-imperial permite pensar num plano regular das ruas, cruzando-se quase perpendicularmente. A rua que margina a sul o referido Forum seria, provavelmente, o decumano máximo da urbe.
            Os vestígios de outras cidades romanas em território português, não permitem tirar grandes conclusões quanto ao seu tecido urbano, no entanto o urbanismo de Aquae Flaviae, actual Chaves, parece ter marcado profundamente o traçado da zona central da cidade dos nossos dias a qual, longe de exibir o anárquico urbanismo medieval que marca o centro da maioria das nossas cidades antigas, faz pensar numa continuidade entre a Antiguidade e os tempos actuais.
            Esse mesmo tipo de raciocínio ocorre facilmente em relação a Tomar e à sua antecessora, Sellium. Apesar de ser ainda  limitada a área escavada, a verdade é que a localização do Forum, bem como a sua relação com as "insulae" e os vestígios de cardos menores, tudo na margem esquerda do Nabão, apontam para a "orientação e projecção ortogonal da cidade". De facto, o trabalho arqueológico relativo à ocupação romana e medieval, em boa parte coordenado pela arqueóloga Salete da Ponte, vem obtendo um cada vez mais exacto conhecimento da malha urbana de Tomar. A hipótese da sua eventual transposição para a margem direita, mereceria igualmente ser tomada em consideração.
            Se é verdade que é inaceitável  tirar ilações a partir de factos não provados ou de simples intuições, um simples olhar sobre a planta actual de Tomar, e muito especialmente no que toca à margem "medieval", logo chama a atenção pela regularidade do seu traçado, transparentemente hipodâmico, nada medieval, portanto… A tradição de ser o planeamento urbanístico obra do Infante D. Henrique, Governador e Administrador da Ordem de Cristo desde 1420, por muito sedutora que pareça, carece igualmente de provas formais. Chamar-lhe plano renascentista também não convence, já que a introdução de uma estética classicista apenas se inicia, timidamente, no reinado de D. Manuel I, encontrando o seu pleno apenas com D. João III… E convém não esquecer que a primeira cidade renascentista "integralmente planeada" surge entre 1457 e 1464, delineada por Filarete, na melhor das hipóteses três anos antes da morte do Infante, para mais obedecendo a uma concepção muito afastada do hipodamismo! A haver "plano quatrocentista", deve ter-se conformado com as vias pré-existentes, como provavelmente aconteceu em Chaves e noutros locais.
            Se Sellium era, como se depreende da ausência de vestígios de muralhas, uma cidade aberta, segura pela Pax Romana, nada obsta a que o seu traçado se alargasse, naturalmente, à outra margem do rio. A insegurança dos últimos tempos do Império, marcados pelo temor colectivo e invasões várias, teria assim conduzido ao relativo despovoamento do primeiro núcleo urbano, demasiado exposto militarmente — embora em zona mais salubre — e à preferência pela proximidade do monte, provavelmente fortificado. Futuras pesquisas e o estudo do espólio já recolhido, conduzirão decerto a uma maior aproximação ao traçado urbanístico da cidade romana. Quanto às origens da urbanística da margem direita, só a concretização de um plano de prospecção sistemática permitirá tirar conclusões que ultrapassem o estádio meramente especulativo em que nos encontramos.
            No entanto, o recurso à etnografia local permite também tirar algumas conclusões interessantes: o crescimento e irradiação do culto de Santa Iria em Tomar contradiz as teses do “ermamento”, tão em voga desde Alexandre Herculano, segundo a qual desde a conquista muçulmana (711) à fundação do castelo templário, em 1160 a região de Tomar se teria tornado um autêntico deserto, assombrado apenas pelas ruínas dos velhos edifícios.
            Como explicar então a continuidade verificada na agricultura local, especialmente ao nível de sistemas hidráulicos? Como explicar tantos topónimos de origem árabe, o desenvolvimento de culturas mediterrânicas, ou as novas árvores de fruto introduzidas, ou alguns vestígios encontrados em escavações no Convento de Cristo, possivelmente de origem moçárabe?

            Considero muito provável uma ocupação contínua desta região desde o período romano aos nossos dias, certamente com períodos de decréscimo demográfico, mas com um certo número de edifícios e de instituições, principalmente religiosas, a organizar e coordenar esforços e a manter acesa a chama cultural, reavivada após a Reconquista e a reactivação da vila. O historiador José Mattoso acentua precisamente o papel dos moçárabes na manutenção do culto de diversos santos nacionais, levantando a hipótese de terem sido os mesmos moçárabes agentes do crescimento de outros cultos nacionais, como o de Santa Iria, em Tomar. De que outros moçárabes se trataria, neste caso, senão dos cristãos nabantinos sob o domínio árabe?

sábado, 15 de julho de 2017


228 ANOS DA TOMADA DA BASTILHA
Carlos Rodarte Veloso 
14-7-2017

Faz hoje 228 anos que as forças populares e revolucionárias francesas tomaram a fortaleza da Bastilha, considerada o símbolo da opressão absolutista. 


Com todas as contradições próprias das revoluções e na sequência do famoso juramento dos deputados da Nação na Sala do Jogo da Pela, nas Tulherias, dá-se assim início à Revolução Francesa. Depois disso, nunca mais o mundo voltaria a ser igual. LIBERDADE, IGUALDADE FRATERNIDADE passaria a ser a palavra de ordem do novo mundo que então nascia.


segunda-feira, 10 de julho de 2017


O TEMPLO ECUMÉNICO UNIVERSALISTA 
DA SERRA DA LOUSÃ

Carlos Rodarte Veloso

Publicado no “Correio Transmontano”, 9-7-2017

(fotos de Carlos Rodarte Veloso)

Ligado ao Parque Biológico da Serra da Lousã, espaço natural existente em Miranda do Corvo, distrito de Coimbra, e gerido pela Fundação ADFB (Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional), instituição privada associada aos ideais maçónicos, pode visitar-se, a alguns quilómetros, um curioso monumento construído em homenagem às vítimas de todos os fundamentalismos religiosos que tantos males causaram ao longo da História das Civilizações.


O monumento principal é uma pirâmide de pedra de cor ocre, com a altura atribuída ao Templo de Salomão em Jerusalém construído no século XI a.C.  Em seu torno, diversas escullturas e colunas arquitectónicas simbolizam as diversas religiões e civilizações do mundo e a figura histórica de Galileu Galilei, com a sua célebre frase “contudo ela move-se”, apontando o triunfo final da Ciência mesmo quando a repressão da Inquisição conseguiu silenciá-la temporariamente. Este caso, como é sabido, refere-se à sua afirmação sobre a translacção da Terra em volta do Sol, verdade científica que negava as “verdades” da Bíblia que afirmavam o Geocentrismo, ou seja, a Terra como centro de todo o Universo.
À entrada do Templo, um átrio cujo pavimento reproduz o labirinto existente nas catedrais de Chartres e Amiens, símbolo da procura da Verdade, suporta uma pedra de granito polida com as dimensões da Arca da Aliança, que suporta, por sua vez, uma pedra rochosa que, ao meio-dia de cada dia recebe, de uma abertura na abóbada que a cobre, o reflexo do Sol, num ponteiro de luz que indica o centro do monumento.







A partir do labirinto, um percurso circular apresenta em dezenas de expositores iguais, as religiões do mundo, ilustradas com frases que lhes estão associadas. Assim, as religiões pagãs são associadas à célebre frase grega inscrita no Templo de Delfos “Conhece-te a ti mesmo”, tendo até o ateísmo direito a uma referência com a frase de Carl Marx “A religião é o ópio do povo”.
Seria extremamente fastidioso referir todos os símbolos presentes no monumento e seu recinto, que vão desde uma lápide dedicada à divindade lusitana Endovélico, o deus da medicina, também adoptado pelos Romanos, à inclusão no muro da pirâmide de uma alegoria à Pedra Negra de Meca, símbolo da religião muçulmana. Uma cruz de Cristo vasada na pedra, abre-se à paisagem magnífica que tudo rodeia.
Havendo em todo o espaço assim preenchido, referências simbólicas ou iconográficas à extraordinária diversidade de crenças em que a Humanidade se dividiu, é patente a intenção dos construtores deste monumento de lembrar a universalidade das formas de pensamento e apelar à necessidade urgente de as mesmas unirem os povos em vez de serem, com têm sido, motivo de perseguições, guerras e morticínios.
Pense-se o que se pensar deste monumento e das suas motivações, trata-se de um objecto artístico único em Portugal, que bem merece uma visita e alguma reflexão.

domingo, 9 de julho de 2017


OS BODES EXPIATÓRIOS QUE A DIREITA PRODUZ A TEMPO DAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS OU AS MENTIRAS DE UMA DONDOCA COM O RABO PRESO

Carlos Rodarte Veloso, Tomar, 9 de Julho de 2017

Presa por ter cão e presa por não o ter...Faça o que fizer, Constança Urbano de Sousa está no trajecto de todas as críticas da direita, mesmo das mais absurdas, e tudo, mas TUDO mesmo serve para a martirizar e a apontar como bode expiatório de tudo o que o governo de Passos Coelho e todos os anteriores fizeram - ou NÃO FIZERAM - pela segurança deste País. Porque chora e porque esteve presente nos incêndios! Se tivesse mostrado contenção emocional e tivesse ficado no ministério, seria igualmente acusada...de desinteresse pelo sofrimento das vítimas! O mesmo se passa em relação ao Ministro da Defesa, mas ele é homem e, é menos diabolizado. No entanto os verdadeiros culpados do roubo de Tancos são obviamente as chefias militares que "velam" pela segurança das unidades militares. No entanto, também ele é alvo do dedo rápido no gatilho com que Assunção Cristas dispara à esquerda e à esquerda, exige demissões e mais demissões, estratégia clara para se eximir às suas próprias culpas - que nunca reconhecerá - especialmente no âmbito da política florestal e da sua participação activa no governo de Passos Coelho, o idiota que diz que os eucaliptos são árvores que protegem do fogo e que ligou tanto às unidades militares, que lhes cortou as verbas, apesar de ter informações sobre as falhas de segurança cujos frutos agora vemos!

domingo, 2 de julho de 2017


INDEPENDENTEMENTE DAS CULPAS DE ALGUNS RESPONSÁVEIS QUE DEVEM SER INQUIRIDOS E CULPABILIZADOS, NÃO NOS DEIXEMOS ENREDAR NA DEMAGOGIA DA DIREITA "DESGRAÇADINHA" E AGORA ARMADA EM MODELO DE VIRTUDES QUE NOS QUEREM VENDER

À força de querermos dar uma lição de civismo e de honradez política, deixamo-nos enredar num jogo de hipocrisia cujas "regras" somos, nós, Esquerda, os únicos a contestar. Mas vamos, alguns de nós, no jogo, e damos à Direita trauliteira e histérica, trunfos que de modo algum merece. No fundo, seremos nós uns "anjinhos", capazes de dar razão a quem a não tem, só para demonstrarmos a nossa superioridade moral? Esta superioridade moral da Esquerda está mais do que provada, e não temos nada que assumir culpas que estão dispersas, há longos anos, por sucessivos governos - maioritariamente de Direita - e, no caso dos incêndios recentes e do roubo das armas, respectivamente por condições climáticas absolutamente anómalas e pela irresponsabilidade - se não a responsabilidade criminal e a traição de alguns militares de alta patente.