TRUMP, O NOME DA BESTA
Carlos Rodarte Veloso
“O Templário”, 19 de Julho de 2018
"Os 4 Cavleiros do Apocalipse" Gravura de Dürer |
Parece ser
impossível dizer algo de novo acerca do pretenso imperador do mundo, Donald
Trump, visto todos os epítetos possíveis terem já sido utilizados para definir
a sua personalidade, se tal característica humana cabe na sua definição.
Por isso
mesmo, acrescentarei “diabólica” ao improvável nome: “diabólica personalidade”
é que é!
Na verdade,
este indivíduo, alcandorado ao trono imperial dos Estados Unidos da América
pela vontade de uma minoria ultramontana de pobres de espírito e outros
racistas, xenófobos e analfabetos que grassam na “América profunda”, não podia
ser mais antagónico com o espírito constitucional do seu país.
No entanto, é
a sua própria lei eleitoral, desajustada ao século em que vivemos, associada ao
triunfo das famosas “fake news”, de origens variadas, em que a componente russa
parece ombrear com a campanha interna dos ultras republicanos, que enfraqueceu
e difamou toda a componente democrática estado-unidense.
Mesmo com
maior número de votos, os Democratas foram liquidados devido ao duplo critério
de contagem de votos, além de um sem número de irregularidades que foram pura e
simplesmente ignoradas ou, no mínimo, desvalorizadas.
Um artigo
recente de José Pacheco Pereira no jornal “O Público”, intitulado “Os gnomos de
Trump e o Senhor das Moscas”, consegue pôr o dedo na chaga sangrenta que se
abriu no antigamente generoso peito da nação norte-americana.
A recente
reunião da NATO foi nada menos do que um exercício de desavergonhada chantagem
e intimidação por parte de Trump para com os seus alegados “aliados”, exercício
esse, quando denunciado como tal, negado ainda mais desavergonhadamente por
ele, já habituado a dizer todos os dias coisas diferentes e geralmente
antagónicas, sendo as contradições – apesar de documentadas com todo o tipo de
provas e gravações – imputadas a uma comunicação social “mentirosa” e
“conspirativa”…
Não vou
insistir na já denunciada cobardia da maioria dos dirigentes políticos
“aliados”, mais que todos de Theresa May, e dos próprios jornalistas do “Sun”,
insultados e, no entanto, subservientes para com Trump, ridicularizado em
privado, mas glorificado na praça pública, pois falta de todo a coluna
vertebral a esta gente que o odeia e vê, logicamente, como o “amigo dos seus
inimigos”— mas levantar a voz contra ele, que o façam as suas pobres vítimas,
os emigrantes e os europeus que encheram as ruas com a sua revolta, gente que
não conta na aritmética política deste anão com complexo de superioridade.
Mas são apenas
manifestações, e o que conta isso face à desproporção das riquezas, das forças,
entre os exploradores e os explorados? E o que são os emigrantes senão simples
lixo humano, apenas gente incómoda, inteiramente dispensável?
E assim é,
pois não há uma palavra deste triste histrião contra os ditadores declarados ou
encapotados que enxameiam no mundo actual. Putin é um “amigo” desejável, Erdoğan é intocável, os diversos ditadores e candidatos a
ditadores da detestada Europa nem sequer são referidos, a China é um
respeitável rival, apenas sobrando munições – e com que fartura! – para o Irão,
países da América Latina e a Coreia do Norte, mas para com este país o ódio
apenas se manifesta dia sim, dia não, alternando psicopaticamente os insultos
com os elogios!
Qual é
então a credibilidade deste ser diabólico, arrogante e vaidoso, Senhor do Botão
do Apocalipse, ele próprio o 5º Cavaleiro e a Besta emergindo das águas dos
últimos dias? Com as suas acções, ele já se classificou como o Senhor da
Mentira, o aliado de todos os demónios apostados em usurpar as riquezas da
terra e as forças de todos os seres vivos. E será o Senhor da Morte, se o
deixarmos!