Facebook, 8 de Janeiro de 2017 – Carlos Rodarte Veloso
MÁRIO SOARES O COMBATENTE SEM MEDO DA
LIBERDADE
Tudo quanto haveria a dizer de Mário
Soares já foi dito, por isso deveria remeter-me ao silêncio, eu que durante
bastante tempo dele discordei abertamente. Claro que as minhas opiniões antigas
fazem parte do meu crescimento e, ouso dizê-lo, da minha evolução como homem e
como cidadão. Ele era um exemplo de isenção relativamente aos direitos dos
outros e isso foi sempre evidente.
Mas não poderei calar o profundo desprezo que me causam os ataques odiosos que esses vampiros, que tanto beneficiaram com a sua acção, assim desferem sobre o homem vertical, corajoso e inteligente, a quem acusam das mais absurdas faltas, corrupção, crimes e, até genocídio (?!), ele que sempre prezou a liberdade, mesmo dos seus opositores e conduziu - não sozinho, é certo - a descolonização possível, quando os soldados se recusavam a combater, entregavam as armas aos guerrilheiros, e regressariam a nado, se isso fosse possível, à Pátria que os tinha entregue a uma guerra sem esperança, nem razão, nem justiça.
Ele que nos acordos que negociou a pulso, conseguiu que fossem poupados os portugueses coloniais e lhes permitiu a saída de terras em que muitos deles cometeram abusos, esses sim, crimes imperdoáveis sobre os nativos.
De facto, se há pessoas que lhe deveriam estar agradecidas a Mário Soares, são esses milhares de "retornados" que se exilaram porque temiam o que aconteceria quando os "pretos" tomassem conta dos seus países. Em muitos casos injustamente, porque nem todos os brancos se comportaram, como esclavagistas, mas a verdade é que todos beneficiaram material e moralmente da situação colonial.
O que esperavam então dos "pretos"? Um agradecimento por os terem explorado? Uma medalha? Ponde-vos no lugar deles, meus senhores e minhas senhoras! O que faríeis no lugar deles? A vossa atitude de ódio tresloucado faz-me pensar o pior dos piores.
E saltando da descolonização para a vida interna do Portugal revolucionário, não foi Soares aquele que tudo fez para "pôr água na fervura" dos naturais ressentimentos revolucionários que conduziram ao PREC e conseguiu a rara proeza de pacificar um País à beira de um ataque de nervos.
Se impediu uma ditadura, não sei, mas conseguiu, isso sim, criar um Estado de Direito, em vez do Estado de Direita que Portugal tinha sido. E deu a voz ao povo nessa época riquíssima de conquistas sociais, mas evitando sempre que os ressentimentos conduzissem a uma guerra civil.
Por tudo isso e pela sua própria imagem, tão calorosa, tão verdadeira, e pela enorme cultura que tentou partilhar, nomeadamente através da sua Fundação e de todo o apoio que deu à Cultura portuguesa, devemos estar-lhe gratos.
Ele foi e é um exemplo que ficará na História de Portugal.
Para sempre, Companheiro!
Mas não poderei calar o profundo desprezo que me causam os ataques odiosos que esses vampiros, que tanto beneficiaram com a sua acção, assim desferem sobre o homem vertical, corajoso e inteligente, a quem acusam das mais absurdas faltas, corrupção, crimes e, até genocídio (?!), ele que sempre prezou a liberdade, mesmo dos seus opositores e conduziu - não sozinho, é certo - a descolonização possível, quando os soldados se recusavam a combater, entregavam as armas aos guerrilheiros, e regressariam a nado, se isso fosse possível, à Pátria que os tinha entregue a uma guerra sem esperança, nem razão, nem justiça.
Ele que nos acordos que negociou a pulso, conseguiu que fossem poupados os portugueses coloniais e lhes permitiu a saída de terras em que muitos deles cometeram abusos, esses sim, crimes imperdoáveis sobre os nativos.
De facto, se há pessoas que lhe deveriam estar agradecidas a Mário Soares, são esses milhares de "retornados" que se exilaram porque temiam o que aconteceria quando os "pretos" tomassem conta dos seus países. Em muitos casos injustamente, porque nem todos os brancos se comportaram, como esclavagistas, mas a verdade é que todos beneficiaram material e moralmente da situação colonial.
O que esperavam então dos "pretos"? Um agradecimento por os terem explorado? Uma medalha? Ponde-vos no lugar deles, meus senhores e minhas senhoras! O que faríeis no lugar deles? A vossa atitude de ódio tresloucado faz-me pensar o pior dos piores.
E saltando da descolonização para a vida interna do Portugal revolucionário, não foi Soares aquele que tudo fez para "pôr água na fervura" dos naturais ressentimentos revolucionários que conduziram ao PREC e conseguiu a rara proeza de pacificar um País à beira de um ataque de nervos.
Se impediu uma ditadura, não sei, mas conseguiu, isso sim, criar um Estado de Direito, em vez do Estado de Direita que Portugal tinha sido. E deu a voz ao povo nessa época riquíssima de conquistas sociais, mas evitando sempre que os ressentimentos conduzissem a uma guerra civil.
Por tudo isso e pela sua própria imagem, tão calorosa, tão verdadeira, e pela enorme cultura que tentou partilhar, nomeadamente através da sua Fundação e de todo o apoio que deu à Cultura portuguesa, devemos estar-lhe gratos.
Ele foi e é um exemplo que ficará na História de Portugal.
Para sempre, Companheiro!
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