O PLÁTANO DE CÓS
Carlos Rodarte Veloso
Em 1994 publiquei no "Cidade de
Tomar" um texto intitulado "Abaixo a Primavera!", contra uma
campanha que algumas "almas caridosas" de Tomar lançaram então contra
uns choupos que "atentavam" gravemente contra a saúde pública... Mas
a campanha foi "vitoriosa" e os belíssimos choupos da cidade foram
assassinados e substituídos por outras árvores mais "pacíficas". Pois
hoje em dia, 23 anos depois, as alergias mantêm-se em Tomar. Parece que só com
a extinção pura e simples de todas as árvores, os puristas da "limpeza"
ficarão satisfeitos e acabarão os espirros...
Neste momento começou em Torres Vedras, a minha terra natal, uma campanha contra os plátanos, lindíssimas árvores que, dizem, levantam passeios e lançam "algodões" altamente alérgenos. Os mesmos argumentos de há 23 anos em Tomar.. O mais engraçado é que fala-se dos chorões como bons substitutos dos plátanos. Devo dizer, a propósito, que tenho dois chorões no meu jardim, que levantaram com as raízes parte do empedrado em que assenta a casa, o mesmo de que são acusados os plátanos de Torres Vedras...
Então em que ficamos? Plantamos bonsai e todos ficam satisfeitos?
Torres Vedras já foi bastante destruída e é a minha terra...Custa-me, mas já não estou lá. Espero que os meus patrícios encontrem a necessário bom-senso para recusarem "soluções" inspiradas no medo e na ignorância.
As árvores são seres magníficos, a fronteira entre a acção, nem sempre muito meritória do homem, e a Natureza. As árvores centenárias e até milenares, são marcos na história das civilizações. Oliveiras com milhares de anos existem em Portugal. As sequóias dos Estados Unidos, milenares também, foram massacradas para a indústria madeireira. A Professora Maria Helena da Rocha Pereira, ontem falecida, falava com um misto de admiração e veneração, de um plátano que ainda sobrevive na ilha de Cós, na Grécia, contemporâneo de Hipócrates, que viveu há 2400 anos!
Valha-nos pois Hipócrates porque, por desactualizado que esteja na sua ciência médica em relação aos dias de hoje, é ele próprio um fragmento das raízes que produziram a nossa Civilização. E que nunca renegou a Natureza.
Neste momento começou em Torres Vedras, a minha terra natal, uma campanha contra os plátanos, lindíssimas árvores que, dizem, levantam passeios e lançam "algodões" altamente alérgenos. Os mesmos argumentos de há 23 anos em Tomar.. O mais engraçado é que fala-se dos chorões como bons substitutos dos plátanos. Devo dizer, a propósito, que tenho dois chorões no meu jardim, que levantaram com as raízes parte do empedrado em que assenta a casa, o mesmo de que são acusados os plátanos de Torres Vedras...
Então em que ficamos? Plantamos bonsai e todos ficam satisfeitos?
Torres Vedras já foi bastante destruída e é a minha terra...Custa-me, mas já não estou lá. Espero que os meus patrícios encontrem a necessário bom-senso para recusarem "soluções" inspiradas no medo e na ignorância.
As árvores são seres magníficos, a fronteira entre a acção, nem sempre muito meritória do homem, e a Natureza. As árvores centenárias e até milenares, são marcos na história das civilizações. Oliveiras com milhares de anos existem em Portugal. As sequóias dos Estados Unidos, milenares também, foram massacradas para a indústria madeireira. A Professora Maria Helena da Rocha Pereira, ontem falecida, falava com um misto de admiração e veneração, de um plátano que ainda sobrevive na ilha de Cós, na Grécia, contemporâneo de Hipócrates, que viveu há 2400 anos!
Valha-nos pois Hipócrates porque, por desactualizado que esteja na sua ciência médica em relação aos dias de hoje, é ele próprio um fragmento das raízes que produziram a nossa Civilização. E que nunca renegou a Natureza.
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