Portugal e o Mundo nas vésperas
das
Autárquicas
Carlos Rodarte Veloso
(“O Templário”, 21-9-2017)
Num mês de Setembro marcado por trágicos e gigantescos
fenómenos climáticos e geológicos ao nível do Atlântico e dos continentes
centro e norte americanos, quando o irracional “líder” do Ocidente se dissocia
da realidade que confirma a responsabilidade humana nestas alterações e põe na
oração a esperança em melhores dias, quando ele mesmo exacerba as
perigosíssimas tensões criadas no cada vez menos Pacífico Oceano, enquanto incentiva
o uso dos combustíveis fósseis e a destruição das florestas... que mais haverá
a dizer, quando um macaco demente invade a cristaleira da nossa avó e aí desata
aos saltos, até nada restar inteiro?
A juntar a tudo isto, a loucura simétrica do outro “líder”, o
da Coreia do Norte, chantageando os restantes estados do mundo com o seu
exibicionismo militarista, com as costas quentes de um hipotético apoio da
China e da Rússia, enquanto os fanáticos do “estado islâmico”, enfraquecidos
militarmente, se afirmam cada vez mais no campo do terrorismo sem fronteiras.
Enquanto isto, no nosso Portugal, ainda combalido dos
incêndios dos últimos meses, assistimos ao confronto permanente entre as forças
políticas da Direita, ferozmente ressabiadas ainda da aliança de Esquerda a que
chamaram “Geringonça”, a todo o instante inventando “factos alternativos” na
boa tradição de Trump, tanto atacando membros do Governo ou seus apoiantes,
aproveitando os mais ténues rumores, como invertendo as suas próprias acções
aquando do Governo de Passos Coelho, chegando ao descaramento de se atribuírem
êxitos da Esquerda como se fossem inspirados nas suas próprias acções!
O negacionismo dos êxitos do Governo actual é apenas
comparável às asneiras de Trump para negar os cada vez mais comprovados
argumentos científicos sobre o aquecimento global e a sua acção destruidora do
ambiente mundial.
No entanto, inacreditavemente, um sector da Esquerda associado
ao PCP apoia como “compagnons de route” os governos de potências antigamente
“socialistas”, como a Venezuela e a China, ambas evoluindo em sentidos bem
diversos, a Rússia, como se Putin fosse o espelho de uma “União Soviética” cada
vez mais distanciada do sonhado “país de Outubro” e, para total desconcerto, a
Coreia do Norte, convidada oficialmente durante a Festa do “Avante!” onde foi
enaltecida, embora declarações posteriores de Jerónimo de Sousa se mostrem bem
mais contidas em relação a este conflituoso país.
A tudo isto há a somar a crescente conflituosidade laboral,
claramente orquestrada em ordem à proximidade das eleições, quer da parte da
Esquerda, quer da Direita, não se compadecendo com a necessidade de alguma
acalmia social, plenamente justificada pelas medidas do Governo destinadas a
repor direitos e garantias cortadas impiedosamente por Passos Coelho e o seu
chorado Governo...
É este, a meu ver, o quadro em que se vão desenvolver as
próximas autárquicas, com a poderosa influência dos media de Direita, que
representam a clara maioria do nosso “jornalismo”, tocando a rebate os sinos de
certas sondagens que começam a dar uma
melhoria relativa às intenções de voto no PSD...
Já assisti a tanta manipulação de sondagens, a tanta vigarice
política desde que a Democracia foi instaurada em Portugal, que já acredito
muito pouco em todos os “faits divers” com que somos sistematicamente
bombardeados em vésperas das Eleições, de quaisquer Eleições. Se o Facebook
representa algo em relação aos sentimentos do povo português, então a sua
crença na verdade e na pureza dos meios de comunicação está quase no zero.
Basta consultar várias páginas dispersas.
Por isso, tenho a esperança bem fundada em como o caminho
difícil iniciado com esta legislatura será reconhecido muito positivamente nas
urnas de voto, no próximo dia 1 de Outubro de 2017.
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