OS MEDIA DE REFERÊNCIA, OS EUCALIPTOS E A CHICANA POLÍTICA
Carlos Rodarte Veloso
Publicado em “O Templário” de 3 de Agosto de 2017
O mês de Julho agora a terminar, foi o mês de todas as ameaças: clima tórrido, incêndios, seca, um ciclo altamente desgastante em termos materiais e morais, que se repete, inexoravelmente, ano após ano e independentemente das forças políticas no governo.
Este mês seria a repetição de todos os anteriores, não fosse o número de mortos directamente provocados pela tempestade de fogo que varreu a zona central do País, especialmente a de Pedrógão Grande, e a proximidade das Eleições Autárquicas que se revelaram um catalizador poderoso das mais desvairadas opiniões, ataques políticos, demagogia, boatos, oportunismo e, acima de tudo, o favorecimento das forças partidárias de Direita por uma comunicação social dita “de referência”, claramente enfeudada a grupos de pressão, não apenas políticos, mas acima de tudo, económicos.
É a única conclusão que poderemos tirar do ataque maciço dos media “portugueses” e dos seus mandantes partidários a um governo cujas provas dadas no capítulo da economia, da tecnologia, da ciência, do ensino e das relações internacionais, para apenas citar as mais notáveis, são pura e simplesmente ignoradas, enquanto tudo o que corre mal, seja por erros humanos, seja por causas naturais, é superlativizado e “martelado” até à náusea.
No entanto, a defesa dos eucaliptos como a árvore ideal para combater os incêndios – Passos Coelho dixit!!! – em concordância com as queixas amargas dos agentes das empresas de celulose que, com a ameaça de um reordenamento florestal favorável à replantação da flora nativa portuguesa (carvalhos, sobreiros, castanheiros, azinheiras) sentem ameaçados os seus enormes lucros, é despudoradamente assumida pelos tais media... Isto quando a simples observação dos efeitos dos incêndios mostra a gigantesca desproporção entre os estragos provocados nas zonas de eucaliptos, muitíssimo maior do que nas zonas ocupadas pelas referidas árvores nativas.
A total ausência de isenção e de escrúpulos manifestados pelas forças e órgãos de comunicação social de Direita – que são a grande maioria – levou o Presidente da República que, não sendo um homem de Esquerda, é uma pessoa inegavelmente séria, a criticar o aproveitamente político que tem vindo a ser feito do incêndio de Pedrógão, que chegou ao ponto inaudito de se discutir o número de mortos, como se o número de 64 ou 65 constituisse a diferença entre a continuação em funções de António Costa ou a sua demissão pura e simples! Como se a diferença de um morto constituísse a prova de uma sinistra conspiração para enganar os Portugueses!
O roubo – ou “desvio” – das armas de Tancos foi a cereja em cima do bolo, dando também pano para mangas para a exigência da “demissão imediata” de ministros, verdadeira obsessão dos deputados da PSD e do CDS, que assim manifestam a sua completa ausência de ideias para melhorar o País ou seja, de um programa eleitoral minimamente credível, contentando-se com o aproveitamento das migalhas dos “escândalos”que lhes vão caindo no colo.
A pobreza mental da Passos Coelho e de Assunção Cristas, para não citar os seus “brilhantes” subalternos é confrangedora. Com uma oposição destas estaria garantido um governo de Esquerda para mil anos... Mas a Democracia não é assim que funciona. O contraditório é-lhe essencial. Desejo ao PSD e ao CDS o urgente implante de alguns neurónios para ver se ultrapassam a crise de irracionalidade e incompetência que os tem marcado nos últimos anos.
Este mês seria a repetição de todos os anteriores, não fosse o número de mortos directamente provocados pela tempestade de fogo que varreu a zona central do País, especialmente a de Pedrógão Grande, e a proximidade das Eleições Autárquicas que se revelaram um catalizador poderoso das mais desvairadas opiniões, ataques políticos, demagogia, boatos, oportunismo e, acima de tudo, o favorecimento das forças partidárias de Direita por uma comunicação social dita “de referência”, claramente enfeudada a grupos de pressão, não apenas políticos, mas acima de tudo, económicos.
É a única conclusão que poderemos tirar do ataque maciço dos media “portugueses” e dos seus mandantes partidários a um governo cujas provas dadas no capítulo da economia, da tecnologia, da ciência, do ensino e das relações internacionais, para apenas citar as mais notáveis, são pura e simplesmente ignoradas, enquanto tudo o que corre mal, seja por erros humanos, seja por causas naturais, é superlativizado e “martelado” até à náusea.
No entanto, a defesa dos eucaliptos como a árvore ideal para combater os incêndios – Passos Coelho dixit!!! – em concordância com as queixas amargas dos agentes das empresas de celulose que, com a ameaça de um reordenamento florestal favorável à replantação da flora nativa portuguesa (carvalhos, sobreiros, castanheiros, azinheiras) sentem ameaçados os seus enormes lucros, é despudoradamente assumida pelos tais media... Isto quando a simples observação dos efeitos dos incêndios mostra a gigantesca desproporção entre os estragos provocados nas zonas de eucaliptos, muitíssimo maior do que nas zonas ocupadas pelas referidas árvores nativas.
A total ausência de isenção e de escrúpulos manifestados pelas forças e órgãos de comunicação social de Direita – que são a grande maioria – levou o Presidente da República que, não sendo um homem de Esquerda, é uma pessoa inegavelmente séria, a criticar o aproveitamente político que tem vindo a ser feito do incêndio de Pedrógão, que chegou ao ponto inaudito de se discutir o número de mortos, como se o número de 64 ou 65 constituisse a diferença entre a continuação em funções de António Costa ou a sua demissão pura e simples! Como se a diferença de um morto constituísse a prova de uma sinistra conspiração para enganar os Portugueses!
O roubo – ou “desvio” – das armas de Tancos foi a cereja em cima do bolo, dando também pano para mangas para a exigência da “demissão imediata” de ministros, verdadeira obsessão dos deputados da PSD e do CDS, que assim manifestam a sua completa ausência de ideias para melhorar o País ou seja, de um programa eleitoral minimamente credível, contentando-se com o aproveitamento das migalhas dos “escândalos”que lhes vão caindo no colo.
A pobreza mental da Passos Coelho e de Assunção Cristas, para não citar os seus “brilhantes” subalternos é confrangedora. Com uma oposição destas estaria garantido um governo de Esquerda para mil anos... Mas a Democracia não é assim que funciona. O contraditório é-lhe essencial. Desejo ao PSD e ao CDS o urgente implante de alguns neurónios para ver se ultrapassam a crise de irracionalidade e incompetência que os tem marcado nos últimos anos.
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