POR QUEM OS SINOS DOBRAM
Carlos Rodarte Veloso
(Publicado no “Templário” de 24-8-2017)
A sinistra contabilidade das vítimas de atentados
reivindicados pelo auto-denominado “estado islâmico” continua a crescer, desta
vez na Catalunha, tudo levando a crer na extrordinária “sorte” de o número de
vítimas ser bem inferior ao “projecto original” da carnificina gizado numa
aparentemente inocente moradia na cidade de Alcanar por uma célula daquele
movimento terrorista.
Considero-me dispensado de explanar os antecedentes,
resultados e investigação em curso relativa a mais este sangrento episódio do terrorismo,
já noticiados e dissecados repetidamente e até ao mais ínfimo pormenor pelos
media, ao ponto da saturação dos respectivos utentes.
A Catalunha está de luto mas não baixa os braços: cada
atentado parece aumentar a força anímica das populações atingidas, em vez de
atingir o alvo pretendido, ou seja, aterrorizá-las e paralizá-las.
Como sabemos, o dito “estado islâmico”, ao mesmo tempo
que sofre derrota militar atrás de derrota no Médio Oriente, organiza-se
cobardemente através de células terroristas nos países europeus onde criou
raízes através de uma população islâmica radicalizada já de segunda geração.
Por isso, nenhum país está livre destes atentados,
Portugal incluído, já que faz parte em conjunto com a Espanha, do antigo
Andaluz, o território ibérico conquistado pelos muçulmanos a partir de 711 e só
libertado totalmente a partir de 1492, com a reconquista cristã de Granada.
Esse histórico parece autorizar o “estado islâmico” a
ambicionar o regresso da Península Ibérica à mãos de um qualquer califado,
descendente dos de Damasco, Bagdad ou
Córdova. Mais que “autorizar”, representa um objectivo primordial para
os loucos fanáticos do “estado islâmico”, como base para mais altos voos que, a
cumprirem-se, representariam a gradual conquista do mundo e sua islamização.
Portugal, pelos seus referidos antecedentes históricos e
devido à sua posição geo-estratégica e política é por isso um possível alvo da
demência do fundamentalismo islâmico.
Por isso é fundamental mantermo-nos vigilantes nesta
verdadeira guerra interminável que travamos, não partindo do cómodo princípio
de que “só acontece aos outros”.
No entanto, Portugal está a braços com o que parece ser
também uma forma de verdadeiro terrorismo, este não organizado a partir do exterior, mas através do que tudo
indica ser uma verdadeira organização de incendiários, decerto pagos pelos
grandes interesses associados à produção da celulose e papel, em desespero
perante a anunciada legislação limitativa da plantação de eucaliptos.
Esta suspeita, aliás partilhada actualmente por um número
crescente de portugueses, será uma explicação óbvia para a verdadeira explosão
de fogos-postos que têm assombrado o trabalho da defesa civil, dos bombeiros e
das forças policiais e militares.
Por falar dos interesses das celuloses, estas são
evidentemente inimputáveis porque os seus responsáveis jamais sujariam as mãos
em actos criminosos. Esses interesses estão claramente associados aos
interesses políticos de uma Direita ressabiada e desesperada perante a
proximidade das Autárquicas que provavelmente constituirão verdadeiro desastre
para as suas ambições eleitorais.
Fogos e mais fogos dando a ideia de um país desgovernado
e descontrolado, criam as condições ideais para um verdadeiro golpe de Estado
apoiado nos numerosos órgãos de comunicação social a ela enfeudados.
Estas suspeitas serão exageradas, porventura paranóicas,
uma verdadeira teoria da conspiração? A verdade é que muitos bombeiros,
populares e outras entidades envolvidas no combate aos fogos não encontram
outra explicação para a visível coordenação no terreno dos acendimentos e
reacendimentos de fogos, às horas menos propícias à sua propagação e ainda por
cima em locais apenas afastados por distâncias regulares e síncronas.
A serem verdadeiras, estas suspeitas configurariam estes
actos como verdadeiros atentados terroristas e crimes de traição à Pátria.
Por isso espero que seja revista toda a legislação de
repressão contra os incendiários, equiparando-os aos criminosos homicidas e
interditando todas as atenuantes em uso, que os libertam ao fim de pouco tempo
de detenção.
Creio que o risco de pesadas penas, de 20 ou 25 anos,
disporia estes miseráveis a não assumirem sozinhos tão graves
responsabilidades, assim denunciando os cobardes mandantes dos seus crimes.
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