domingo, 1 de abril de 2018



FLUVIÁRIO E MUSEU DO 

MEGALITISMO DE MORA

Carlos Rodarte Veloso

“Correio Transmontano”, 31 de Março de 2018

            Situada no Alto Alentejo, a vila de Mora revela surpreendentes motivos de interesse para além da sua tão alentejana quanto encantadora disposição urbana, as cores e o contraste mediterrâneos entre a terra e o céu, entre o branco das fachadas caiadas e o azul forte das ombreiras, tudo isto preguiçando na ampla paisagem envolvente.
Mora também tem zonas e construções modernas, casando o antigo e tradicional com edifícios de linhas ousadas, como as do Museu Interactivo do Megalitismo e, a poucos quilómetros da Vila, do Fluviário, ambos iniciativa da Câmara Municipal.
O Museu aproveita o edifício da antiga estação da CP desactivada para criar um largo espaço de exposição que combina a museologia tradicional com o uso da tecnologia informática, possuindo igualmente um espaço interactivo dedicado aos mais novos, com jogos destinados a sensibilizá-los para a defesa do património e a compreensão da civilização megalítica que tão importante foi no Alentejo da época neolítica.


Aqui pode admirar-se maquetes pormenorizadas da vida naquela época assim como os artefactos usados por esses nossos longínquos antepassados, tudo complementado com imagens virtuais de grande precisão e muito atractivas, e um espaço de projecção de um pequeno filme didáctico produzido pela instituição. O manequim bem realista de um homem neolítico em actividade é o ícone mais popular desta Museu. O próprio espaço de exposição, moderno pela concepção, revela-se extremamente atraente pela original utilização da madeira e esteticamente irrepreensível.
O Museu é também um poderoso meio de divulgação dos dólmens e menhires e também dois cromeleques e um alinhamento existentes no concelho.
O Fluviário de Mora, integrado no Parque Ecológico do Gameiro banhado pela Ribeira do Raia, está focado na defesa do património natural no que se refere aos ecossistemas de água doce, maioritariamente à fauna piscícola que os povoa. Em algumas dezenas de aquários, podemos visualizar ao vivo cerca de 600 exemplares das 69 espécies que povoam os rios portugueses, da nascente à foz.



Além dos peixes e répteis nativos aqui representados, alguns exóticos, e uma anaconda, a atracção mais popular do Fluviário é um simpático bando de lontras que aqui exibem as suas acrobacias aquáticas, com grande êxito tanto junto de adultos como de crianças.


Neste Alentejo tão habitualmente caracterizado pela secura, Mora, quase vizinha da grande barragem de Montargil, consegue refrescar um pouco a grandiosa paisagem em que está integrada.

Fotos: 1-3 de C. Veloso, 4 www.fluviariomora.pt









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