FLUVIÁRIO E
MUSEU DO
MEGALITISMO DE MORA
Carlos
Rodarte Veloso
“Correio Transmontano”, 31 de Março de 2018
Situada no Alto Alentejo, a vila de
Mora revela surpreendentes motivos de interesse para além da sua tão alentejana
quanto encantadora disposição urbana, as cores e o contraste mediterrâneos
entre a terra e o céu, entre o branco das fachadas caiadas e o azul forte das
ombreiras, tudo isto preguiçando na ampla paisagem envolvente.
Mora
também tem zonas e construções modernas, casando o antigo e tradicional com edifícios
de linhas ousadas, como as do Museu Interactivo do Megalitismo e, a poucos
quilómetros da Vila, do Fluviário, ambos iniciativa da Câmara Municipal.
O
Museu aproveita o edifício da antiga estação da CP desactivada para criar um
largo espaço de exposição que combina a museologia tradicional com o uso da
tecnologia informática, possuindo igualmente um espaço interactivo dedicado aos
mais novos, com jogos destinados a sensibilizá-los para a defesa do património
e a compreensão da civilização megalítica que tão importante foi no Alentejo da
época neolítica.
Aqui
pode admirar-se maquetes pormenorizadas da vida naquela época assim como os
artefactos usados por esses nossos longínquos antepassados, tudo complementado
com imagens virtuais de grande precisão e muito atractivas, e um espaço de
projecção de um pequeno filme didáctico produzido pela instituição. O manequim
bem realista de um homem neolítico em actividade é o ícone mais popular desta
Museu. O próprio espaço de exposição, moderno pela concepção, revela-se
extremamente atraente pela original utilização da madeira e esteticamente irrepreensível.
O
Museu é também um poderoso meio de divulgação dos dólmens e menhires e também
dois cromeleques e um alinhamento existentes no concelho.
O
Fluviário de Mora, integrado no Parque Ecológico do Gameiro banhado pela
Ribeira do Raia, está focado na defesa do património natural no que se refere
aos ecossistemas de água doce, maioritariamente à fauna piscícola que os povoa.
Em algumas dezenas de aquários, podemos visualizar ao vivo cerca de 600
exemplares das 69 espécies que povoam os rios portugueses, da nascente à foz.
Além
dos peixes e répteis nativos aqui representados, alguns exóticos, e uma
anaconda, a atracção mais popular do Fluviário é um simpático bando de lontras que
aqui exibem as suas acrobacias aquáticas, com grande êxito tanto junto de
adultos como de crianças.
Neste
Alentejo tão habitualmente caracterizado pela secura, Mora, quase vizinha da
grande barragem de Montargil, consegue refrescar um pouco a grandiosa paisagem
em que está integrada.
Fotos:
1-3 de C. Veloso, 4 www.fluviariomora.pt
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